Fundado em 1974, o Institute for Psychological Therapies (Instituto para Terapias Psicológicas) é uma instituição particular de psicologia clínica.  Tem-se especializado no estudo de alegações de abuso sexual de menores, mas também se tem debruçado sobre casos de assédio sexual, acusações de violação, polémicas sobre memórias recuperadas, confissões falsas e coagidas, e negligência médica e psicológica.

O IPT publica desde 1989 uma revista científica multidisciplinar, Issues in Child Abuse Accusations, que se encontra disponível no site da Internet do IPT (ipt-forensics.com).

Directrizes recomendadas para entrevistar crianças em casos de alegados abusos sexuais

por Jack S. Annon

(psicólogo clínico e forense, residente em Honolulu, Hawaii)

  

(Publicado no IPT Journal, Vol. 6, no. 3, Verão de 1994).

 

A premissa básica destas directrizes é que até crianças pequenas podem ser capazes de fazer descrições fiáveis e exactas de acontecimentos que experimentaram ou testemunharam, desde que a entrevista seja feita de uma maneira apropriada, num ambiente adequado, e sem manipulação da parte do avaliador.  Estas directrizes baseiam-se nas pesquisas clínicas e de laboratório citadas nas referências.

 

Generalidades

 

1.

Faça a entrevista o mais cedo que puder, a seguir à primeira alegação de um possível abuso.

 

2.

Certifique-se de que a avaliação é feita por uma pessoa bem treinada e com experiência no desenvolvimento das crianças e na avaliação de crianças e famílias.

 

3.

Evite formar impressões pré-concebidas do incidente.  Uma maneira de se conseguir isto é o avaliador estar relativamente pouco a par das circunstâncias do abuso e evitar obter informações que a criança desconheça. Caso contrário, o avaliador poderá não estar aberto a informações que não se ajustem às informações já obtidas. Além disso, se o avaliador tem informações prévias, geralmente a criança é sujeita a fortes pressões para dar respostas específicas, e podem descuidar-se  as informações contraditórias.

 

4.

Considere as características de exigência do ambiente da entrevista. Evite extremos, como uma sala cheia de brinquedos, que dá à criança a impressão de que é um quarto de brinquedos para "fingir," ou uma sala vazia, apenas com móveis para adultos. Sente-se a uma mesa, ao mesmo nível da criança.

 

5.

Se se usar um espelho unilateral, coloque-o mais alto do que a criança sentada. Pode assim obter-se uma visão clara, ou pode filmar-se através desta pequena janela, apontando para baixo. Muitas vezes, o espelho unilateral está directamente em frente da cara da criança, com o resultado de que muitas crianças distraem-se e fazem caretas ao espelho, e não prestam atenção à entrevista.

 

6.

Vista-se com roupa confortável e normal, em vez de uma farda de polícia ou uma bata de médico.

7.

Se houver observadores, ou se a entrevista é gravada em vídeo ou em áudio, diga-o à criança, e peça ao pai, mãe ou responsável legal que assine uma declaração de consentimento informado antes de a entrevista se realizar.

 

A entrevista

 

1.

Grave em vídeo, ou pelo menos em áudio, todos os contactos com a criança desde a introdução à despedida.

 

2.

Entreviste a criança sòzinho. As únicas pessoas na sala devem ser a criança e o avaliador, a não ser que haja uma necessidade imperiosa de actuar de outra maneira.

 

3.

Não se apresente com um título, como "detective," "inspector" ou "doutor."  Diga apenas o seu nome e alguma coisa como "sou uma pessoa que fala com crianças ..."

 

4.

Estabeleça uma relação no princípio. É aqui que se podem fazer perguntas gerais e não dirigidas sobre a casa, a escola, amigos e brincadeiras. É uma oportunidade para fazer perguntas flexíveis, para a criança se ir habituando a essas perguntas. É também aqui que se faz uma anotação básica do comportamento verbal e não-verbal da criança em diversas áreas de interrogatório, para depois se fazer uma comparação com o modo como fala sobre o alegado abuso.

 

5.

Ao falar com a criança, mantenha um tom amigável, e não autoritário.

 

6.

Avalie o nível de desenvolvimento da criança e os conceitos que a criança tem em várias áreas.  Use materiais como lápis e papel, crayons de cores, ou blocos para verificar até onde a criança pode contar, quantas cores sabe identificar, se compreende ou não conceitos como "dentro de, sobre, debaixo, ao lado, por cima," etc.

 

7.

Verifique se a criança compreende o conceito da diferença entre dizer a verdade e mentir ou contar histórias, e se a criança sabe a diferença entre "inventado" e "realidade."

 

8.

Faça com que a criança entenda que o avaliador não tem informações sobre os factos da sua situação em particular, visto que o avaliador não estava lá. Diga à criança que confie na sua própria memória, porque o avaliador não tem conhecimento dos acontecimentos em questão.  Diga à criança para dizer "não sei" quando não sabe a resposta, e "não me lembro" quando não se recorda.  Explique que a criança só deve dizer o que realmente aconteceu, e não o que pensa que o avaliador gostaria de ouvir.

 

9.

Todavia, a experiência indica que só dizer isto pode não ajudar muito, a não ser que a criança tenha oportunidade de praticar. Portanto, deve encorajar as crianças a admitir que não se lembram de um acontecimento em particular, ou não têm conhecimento dele, em vez de tentar adivinhar. Por exemplo, o avaliador pode perguntar: "O médico que te fez nascer usava óculos?" ou "O que disse a tua mãe quando te viu, logo que nasceste?"  Encoraje a criança a responder com " não sei " ou " não me lembro " a perguntas como estas, e pratique estas interacções com ela.

 

10.

Diga à criança que algumas perguntas podem ser confusas, e dê exemplos como "Quantas agulhas há num palheiro?" ou "Uma tampa é um quadrado ou um rectângulo?"  Dê à criança a oportunidade de dizer que está confuso ou que não compreende.  Se a criança mesmo assim tentar responder, diga-lhe que nem o avaliador conseguia responder, e que pode dizer "não compreendo."

 

11.

Diga à criança que o avaliador pode fazer a mesma pergunta várias vezes, e que, se isto acontecer, não quer dizer que a primeira resposta está errada; pode querer dizer que o avaliador se esqueceu de que já tinha feito a pergunta, ou então que o avaliador não compreendeu bem o que se tinha dito antes.

 

12.

Dê licença à criança para corrigir o avaliador.  Isto também fornece uma oportunidade para se ver se a criança é sugestionável.  Por exemplo, o avaliador pode dizer: "Disseste-me que o teu irmão tem 4 anos" (quando, na realidade; a criança disse que o irmão tinha 6 anos).  Veja se a criança deixa passar o erro, ou se corrige o avaliador.

 

13.

Diga à criança que algumas perguntas podem ser fáceis e outras difíceis, ew não se espera que ninguém se lembre de tudo. Encoraje as crianças a admitir que estão confusas, em vez de tentarem adivinhar, e apoie-as quando corrigem o entrevistador, quando dizem que não sabem, ou quando admitem que estão confusas.

 

14.

Verifique os conceitos da criança sobre o conhecimento e funcionamento das partes do corpo, através dos desenhos unidimensionais geralmente usados.  Por vezes, usam-se bonecas anatómicas, mas há hoje o consenso de que as bonecas nunca devem ser usadas, só por si, para se fazer um diagnóstico de abusos sexuais.  Podem usar-se, na melhor das hipóteses, para confortar, para quebrar o gelo, ou como modelo anatómico, ou mais tarde como acessório de demonstração.

 

15.

Por vezes, podem aqui utilizar-se perguntas focadas. Por exemplo, ao falar do corpo, quando a criança dá o nome para o pénis ou a vagina, faça perguntas como: "Quem tem uma coisa destas?"  "Para que serve?"  "Já viste uma?"  "O que é que os homens ou as mulheres fazem com isso?"  "Já alguma vez tocaste numa?"  "De quem?"  "O que fazes com a tua?"  "Já alguma vez magoaste a tua?"  "Já alguém tocou na tua?"  " Já alguém fez alguma coisa à tua?"

 

16.

Podem também fazer-se algumas perguntas gerais à volta do conceito de brincadeiras: "Tens brincadeiras com a tua mãe, o teu pai, a tua irmã, a tua babysitter, etc.?"  "Que espécie de brincadeiras?"  "A tua família tem segredos?"  " Que espécie de segredos?"

 

17.

Não encoraje invenções, dizendo coisas como: "Faz de conta que esta boneca é o teu pai e que esta boneca és tu" ou "Agora, vamos fazer de conta que estamos em casa e ... "  Estas instruções convidam a criança a entrar em situações imaginadas e fingidas. Quando isto acontece, as crianças podem usar a imaginação e fazer todo o género de afirmações sem base na realidade.  O avaliador deve ter o cuidado de evitar expressões como "fazer de conta" ou "fingir", e deve evitar reproduzir esses comportamentos na entrevista.

 

18.

Não transforme a entrevista numa sessão de "brincar".  Isto pode confundir a criança.  Além disso, as crianças podem considerar isto como uma oportunidade para interagir como se o fizessem com outra criança, e inventar coisas.  Embora este género de comportamento possa ser apropriado na terapia de jogos com a criança que foi abusada, numa avaliação forense não é apropriado, e pode levar a criança a dar informações falsas.

 

19.

Por vezes, pode usar-se um auxiliar de memória, como uma casa de bonecas.  Todavia, neste caso explique à criança que as figuras representam várias pessoas autênticas, e que a casa é para a ajudar a recordar acontecimentos.  Desenhos a lápis podem servir da mesma maneira.  Uma criança pode desenhar a casa e apontar onde estão os diversos lugares e onde aconteceram as várias coisas.

 

20.

Ao focalizar a atenção da criança em certas áreas, evite o mais possível perguntas ou afirmações directas, dirigidas ou sugestivas, porque estas podem reduzir a extensão e qualidade das declarações feitas pela criança.

 

21.

Use afirmações ou perguntas que convidem a criança a dar uma resposta mais aberta, tais como: "E depois o que aconteceu?" ou "Podes contar-me mais sobre isso?"

 

22.

Use facilitadores verbais, como "Está bem, estou a ver", e reafirmações das declarações anteriores da criança, assim como palavras de encorajamento não sugestivas, construídas para levar a criança a continuar a falar abertamente.

 

23.

Quando a criança começar a falar sobre uma área específica relativa a um possível abuso, deixe a criança usar recordações livres dos acontecimentos de que a criança se lembra, e na ordem que ela quiser.  Encoraje a criança a fazer uma descrição narrativa livre, e não interrompa a narrativa com perguntas.

 

24.

Sublinhe a importância de dizer tudo de que se lembra, mesmo que sejam só informações parciais, quer a criança pense que são importantes, quer não.  Deixe a criança contar tudo de que se lembra.

 

25.

Depois de a criança ter contado um acontecimento, consiga mais informações pedindo-lhe para começar no meio e ir para a frente ou para trás no tempo.

 

26.

Quando seja necessário, podem repetir-se as perguntas abertas algumas vezes.  Por exemplo, quando a criança acabar de falar, pergunte: "Agora, conta-me mais sobre o que aconteceu quando entraste no quarto de banho."

 

27.

As perguntas fechadas, que podem ter como resposta "sim" ou "não", não devem ser repetidas, para que a criança não pense que a resposta anterior não foi aceite pelo avaliador.  A criança pode assim acreditar que a primeira resposta não estava "certa" e pode mudar a resposta.

 

28.

Nesta altura, poderá ser útil usar elementos do que se chama entrevista cognitiva, para ajudar a criança a reconstruir mentalmente o ambiente e contexto que existiam na altura de um dado acontecimento.

 

29.

Evite a coacção, seja de que maneira for, ou quaisquer implicações de suborno ou ameaça. Podem usar-se perguntas para esclarecer, mas é importante não dirigir a criança ou sugerir-lhe respostas.  Por exemplo, evite perguntas como: "Viste o... ?", ou "Depois de  ter batido, o que fizeste?" (quando a criança nunca disse que lhe tinham batido, mas foi a mãe quem falou disso, antes da entrevista).  Se tiver que usar perguntas, use perguntas objectivas, como "Viste um... ?", ou antes, "O que é que viste?", ou perguntas de escolha múltipla, como: "Era vermelho, branco, amarelo, ou de outra cor qualquer?"

 

30.

Use um tom de voz neutro, sem urgência.

 

31.

Evite acusações repetidas de alegados crimes contra uma pessoa em particular.

 

32.

Seja paciente e evite juízos de valor durante a entrevista.

 

33.

Não ignore as contradições no depoimento da criança, ao comparar o que ela disse antes com o que disse mais tarde.  Aprofunde as contradições aparentes da maneira mais aberta possível.

 

34.

Evite fazer perguntas a uma criança que comecem com "Porquê?," porque isto é um convite aberto à criança para preencher a lacuna.

 

35.

Seja concreto nas perguntas que faz.  Por exemplo, se perguntar a uma criança pequena: "A fulana levou-te no carro dela?", a criança pode responder negativamente, se o veículo utilizado era uma carrinha.

 

36.

Verifique o nível de sugestibilidade da criança.  Um investigador propôs que o avaliador pode perguntar: "Muitas crianças em situações destas ficam com dores nas pernas e nos pés; e tu?"  Neste caso, veja se a criança concorda, e, se assim for, pergunte: "Onde?"  Se a criança não concorda, isso quer dizer que é mais provável que resista a esse tipo de sugestão.

 

37.

Durante a entrevista, experimente hipóteses alternativas.  Um investigador recomenda afirmações como estas: "Às vezes os meninos inventam uma história e depois acreditam que é verdade, mas era só imaginado; foi isto que te aconteceu?"  Outra pergunta poderia ser: "Há pessoas que podem pensar que inventaste esta história para saíres de casa; isto será possível?" ou "Algumas mães podiam dizer-te o que havias de dizer; foi isto que aconteceu no teu caso?", ou "Às vezes, os pais fazem coisas muito más aos filhos, e estes querem vingar-se e a única maneira é tentar fazer-lhes mal, dizendo que eles fizeram outra coisa qualquer.  Foi isto que aconteceu aqui?"

 

38.

Respeite a vontade da criança sobre discutir ou não um assunto específico.  Dê licença à criança para não responder, porque a resposta pode ser muito difícil de discutir naquele momento, e diga à criança que não tem que responder já, se não quiser.

 

39.

Se a criança disser que quer parar a entrevista, pare, e não diga: "Paramos logo que me digas tudo o que eu quero saber," nem use outros tipos de promessas ou recompensas. Aceite o pedido sem fazer pressão, e diga à criança que se poderão encontrar noutra altura, e então talvez possam falar mais de várias coisas.  É preferível ter duas ou três entrevistas abertas de curta duração, gravadas em vídeo, do que tentar obter o máximo possível de informações de uma criança que resiste ou está cansada depois de uma longa entrevista única.

 

40.

Agradeça à criança pelo tempo que lhe tomou e pela maneira como ajudou o avaliador a compreender o que lhe sucedeu. Não havendo razões em contrário, termine com uma discussão de um assunto neutro, como o que a criança irá fazer depois da entrevista, etc.

 

Avaliação da entrevista

 

 

1.

Ao avaliar a entrevista, verifique se tem consistência externa.  A criança contou o mesmo a várias pessoas, ou há inconsistências graves em pormenores ou sequências cronológicas entre versões diferentes do mesmo incidente?

 

2.

Verifique se tem consistência interna.  A história da criança faz sentido?  As sequências de tempo, lugares, pormenores descritivos mudam durante a entrevista, quando se pede à criança que volte atrás e conte de novo aspectos diferentes do incidente?

 

3.

Verifique os pormenores internos.  Há pormenores suficientes?  Às vezes, as crianças podem fazer descrições extremamente correctas destes pormenores; outras vezes podem não ser capazes de o fazer. Faça uma nota se a criança só faz uma acusação em linhas gerais, como "ele violou-me" ou "ele abusou de mim."

 

4.

Verifique a afectividade da criança.  A afectividade está de acordo com o que a criança está a contar?  Nota várias emoções, como depressão, embaraço ou raiva?  Ou nota, por outro lado, um ligeiro sorriso não apropriado, uma conversa demasiado ansiosa?  Algumas crianças parecem entorpecidas e indiferentes por causa de cansaço ou negação, ou a afectividade indiferente pode resultar de ter contado a história muitas vezes.

 

5.

Tome nota da susceptibilidade à sugestão.  O avaliador terá conseguido induzir a criança a alterar partes da história ou a adoptar ideias?

 

6.

Tome nota de quaisquer reacções a perguntas de desafio que o avaliador possa ter feito.  Se o avaliador perguntou à criança se ela tinha inventado a história, qual foi a reacção da criança?  Ficou zangada?  Negou, ou seguiu o que o avaliador disse?

 

7.

Compreenda que há razões para as crianças não dizerem a verdade.  Foram investigadas cinco áreas: 1) as crianças mentem para escapar a um castigo; 2) as crianças podem ser levadas a mentir no contexto de uma brincadeira; 3) as crianças mentem para cumprir promessas (as crianças, até mesmo com 2 anos de idade, podem omitir informações importantes sobre transgressões e acidentes se os adultos lhes pedirem para o fazer); 4) as crianças podem mentir se ganharem com isso (para ganharem recompensas materiais ou aceitação num grupo); e 5) as crianças podem mentir para se livrarem de embaraços.

 

Referências

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